Última atualização em 16/05/2023 por Ítalo Duarte
Por SSP
Com uso de armas de fogo de grosso calibre e veículos de alta potência e até mesmo blindados, essas são algumas das ferramentas utilizadas por grupos criminosos que atuam no chamado “Novo Cangaço”. Dos nove estados da região Nordeste, apenas dois não registraram ocorrências dessa modalidade criminosa, segundo o levantamento feito pelo jornal O Globo. Conforme a publicação divulgada no último domingo, 14, apenas Alagoas e Sergipe não registraram a atuação de grupos criminosos do “Novo Cangaço” na região.
De acordo com os dados divulgados pelo jornal, o Brasil registrou 36 crimes praticados por integrantes do chamado “Novo Cangaço”, desde o ano de 2020. Apenas em 2023, já foram contabilizadas cinco ocorrências envolvendo essa nova modalidade de crime no país. No levantamento do diário carioca, a Região Nordeste registrou 17 casos envolvendo o “Novo Cangaço”, desde o ano de 2020. Nenhuma dessas ocorrências aconteceu no território sergipano.
No estado, os casos envolvendo crimes praticados com alto poderio bélico e envolvendo instituições bancárias são investigados pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). O diretor da unidade, delegado Dernival Eloi, atribuiu a ausência desses crimes em Sergipe à política de apuração de investidas criminosas pelo Cope, incluindo a troca de informações com as unidades da Polícia Militar, que estão estrategicamente distribuídas no estado.
“A cultura anterior era de que se esperava a explosão para desencadear o trabalho investigativo. Mas vimos que essa forma de trabalhar demorava na elucidação de fatos e passamos a adotar dois pilares com relação a esse tipo de investigação. Nossa Divisão de Inteligência é diretamente subordinada ao Cope, e também atuamos em conjunto com a Polícia Militar, então não temos demora na troca de informação de inteligência. Essa comunicação é muito rápida, possibilitando resultado satisfatório”, destacou.
Novo Cangaço
O “Novo Cangaço” faz alusão a uma forma de banditismo que teve como símbolo Virgulino Ferreira da Silva (1898-1938), o Lampião. A modalidade de crime vai além da explosão de agências e caixas eletrônicos em pequenas cidades, quase sem forças policiais no interior do país, chegando a causar uma grande ameaça à segurança nacional.
A prática do “Novo Cangaço” está atrelada à dominação de cidades com criminosos que subjugam forças policiais, utilizando carros blindados, explosivos e drones. Nessa prática criminosa os grupos não buscam um cofre qualquer, mas aqueles que, no dia e hora planejados, acumulam grande quantidade de dinheiro.
Conforme o jornal O Globo, os grupos criminosos utilizam fuzis e metralhadoras para render forças policiais e fazer reféns. Os bandidos que atuam com o “Novo Cangaço” são formados temporariamente, sem que haja relações sociais entre os integrantes.