Polícia Civil de Sergipe indicia três pessoas por golpe de supostos investimentos com prejuízo de R$ 40 milhões


Última atualização em 05/09/2024 por Henrique Andrade

Três investigados foram indiciados pela prática de um suposto golpe que gerou prejuízo de R$ 40 milhões a pelo menos 600 vítimas. A informação foi divulgada pelo Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri) nesta quinta-feira (5).

De acordo com a Polícia Civil, o esquema envolve uma suposta empresa de investimentos em Sergipe e o responsável chegou a ministrar cursos no mercado financeiro. Ele já foi preso em agosto do ano passado, mas teve a liberdade concedida pela Justiça. Além dele, outros dois investigados também respondem pelos crimes de estelionato, associação criminosa e lavagem de capitais.

De acordo com a delegada Lauana Guedes, o inquérito policial foi instaurado em agosto do ano, quando cerca de 600 pessoas registraram boletim de ocorrência informando que uma empresa de investimentos deixou de pagar os rendimentos mensais prometidos aos clientes.

Ainda segundo a Polícia Civil, foi comprovado que uma associação criminosa induziu os investidores ao erro, ocasionando um prejuízo estimado em R$ 40 milhões. “O líder se apresentava como sócio-proprietário de uma empresa de investimentos, ministrava cursos de mercado financeiro e exibia em suas redes sociais publicações de operações bem-sucedidas no mercado de investimentos”, detalhou a delegada.

Conforme a delegada Suirá Paim, para conferir aparência legal ao negócio, o suspeito emitia declarações falsas com Informes de Rendimentos Financeiros e manipulava os dados dos investimentos e rendimentos na plataforma de consulta.

“De modo que, para os clientes, as operações tinham sempre resultados positivos. Somado a isso, para aumentar a credibilidade da empresa, o investigado colocou sua marca como patrocinadora oficial de um dos clubes de futebol de maior evidência no Estado de Sergipe”, relatou.

Ainda na investigação, o Depatri verificou que o investigado dizia investir as aplicações no mercado brasileiro, mercado americano e demais ativos negociados na Bolsa de Valores.

A Polícia também informou que, a partir de análise , foi verificado que os recursos captados não eram aplicados em fundo de investimentos. “Os valores eram transferidos para contas pessoais e empresariais dos membros da associação criminosa”, revelou Suirá Paim.

As investigações indicaram que as contas dos suspeitos, no período de 2020 a 2023, apresentaram alta relevante nas movimentações bancárias, passando de cerca de R$ 10 milhões para R$ 70 milhões.

Nenhum representante da empresa foi localizado para falar sobre o assunto. Em 2023, o empresário responsável pela empresa informou que estava sendo realizada uma auditoria na empresa e que estava tentando recuperar e reparar o patrimônio de cada investidor.

Denúncias

A Polícia Civil solicita que outras eventuais vítimas do esquema criminoso procurem o Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri) para registrar o boletim de ocorrência. Outras informações e denúncias que possam contribuir com investigações de golpes conduzidas pelo Depatri sejam repassadas à Polícia Civil por meio do Disque-Denúncia, no telefone 181. O sigilo é garantido.

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