Última atualização em 05/12/2024 por Aclecio Prata
O ex-policial rodoviário federal Paulo Rodolpho, de 44 anos, foi interrogado nesta quinta-feira (5) durante o décimo dia de julgamento sobre a morte de Genivaldo de Jesus Santos, ocorrida em maio de 2022, em Umbaúba, Sergipe. O depoimento começou às 9h04, com o réu apresentando detalhes sobre sua rotina de trabalho e a abordagem que resultou na morte de Genivaldo.
Segundo Paulo Rodolpho, o grupo de motociclismo tático em que atuava seguia uma rotina diferenciada, com turnos de 12 horas e três plantões semanais. Ele destacou que, dois dias antes da abordagem fatal, o grupo havia trabalhado em Umbaúba, quando se envolveu em uma perseguição a dois rapazes em uma moto que retornaram ao avistar a viatura. Durante a perseguição, a viatura colidiu com a motocicleta, ferindo os ocupantes. Paulo afirmou que os ferimentos foram posteriormente atribuídos como tortura, mas negou essa interpretação. Ele também enfatizou não ter animosidade com a população de Umbaúba, onde seu pai residia.
Sobre a abordagem de Genivaldo, Paulo explicou que, ao avistá-lo sem capacete, seu colega William Noia iniciou a abordagem, enquanto ele atendia outra ocorrência com um motociclista. Quando foi chamado por William, encontrou Genivaldo no chão, em uma “situação crítica” de contenção física. Ele afirmou que, diante da impossibilidade de imobilizá-lo, utilizou a granada de gás lacrimogêneo, sem comunicar verbalmente a ação aos colegas, mas reforçou que seu objetivo era conter Genivaldo, não causar sua morte.
Durante o interrogatório conduzido pelo Ministério Público Federal (MPF), Paulo reafirmou sua versão dos fatos e defendeu que sua atuação seguiu seu “dever funcional e moral”. William Noia, também réu no processo, optou por não responder às perguntas do MPF, exercendo seu direito como réu.
O julgamento segue com expectativa para os desdobramentos dos depoimentos e as decisões judiciais sobre o caso que comoveu o país.