Última atualização em 25/04/2025 por Aclecio Prata
O ex-presidente e ex-senador Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25), por volta das 4h, em Maceió, Alagoas. A prisão ocorreu após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitar os últimos recursos apresentados pela defesa de Collor e determinar a execução imediata da pena de 8 anos e 10 meses de prisão em regime fechado, imposta em maio de 2023 por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato.
Segundo a defesa, Collor foi detido enquanto se deslocava voluntariamente para Brasília, com o objetivo de cumprir espontaneamente a decisão judicial. Atualmente, ele está custodiado na Superintendência da Polícia Federal em Maceió.
A condenação de Collor está relacionada a um esquema de corrupção na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2015, Collor teria recebido R$ 20 milhões em propina entre 2010 e 2014 para facilitar contratos da estatal com a construtora UTC. Durante as investigações, a Polícia Federal apreendeu veículos de luxo, como uma Ferrari, um Porsche e um Lamborghini, em uma de suas propriedades.
Em novembro de 2024, o STF rejeitou, por 6 votos a 4, um recurso da defesa que buscava reduzir a pena por corrupção passiva, argumentando que o prazo estipulado não correspondia à média dos prazos apresentados nos votos divergentes dos ministros. A defesa alegava que as acusações se baseavam apenas em delações premiadas e que não havia provas contra o ex-presidente.
Collor foi presidente do Brasil de 1990 a 1992, quando renunciou ao cargo em meio a um processo de impeachment motivado por acusações de corrupção. Após recuperar seus direitos políticos, foi eleito senador por Alagoas em 2006, cargo que ocupou até 2023. Em 2022, disputou o governo de Alagoas pelo PTB, mas ficou em terceiro lugar.
O caso de Collor destaca o padrão de corrupção na política brasileira recente, onde todos os presidentes desde 1985, exceto Fernando Henrique Cardoso, foram processados ou encarcerados em algum momento.