Vereador quer instalação de CPI para investigar shows do Forró Siri

Até o momento, segundo Panzuá, seis vereadores já se comprometeram a assinar o documento.


Última atualização em 22/06/2023 por Ítalo Duarte

Por FanF1

Líder da oposição na Câmara Municipal de Nossa Senhora do Socorro, o vereador Luiz Paulo Panzuá (PDT), foi um dos entrevistados do Jornal da Fan desta quarta-feira, 21, ocasião em que revelou a possibilidade da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a contratação de bandas e artistas por parte da Prefeitura, para a realização de shows na tradicional festa do Forró Siri.

“Essa máfia das bandas e dos empresários de bandas de shows, que dizem que dão dinheiro a não sei quem e não sei quem. Em Socorro não pode ser diferente. Para se ter uma ideia, aqui em Socorro têm bandas que não são da época junina, são bandas que geralmente tocam mais em outros tipos e evento, tipo o carnaval e outros eventos, e que tocaram em outras cidades da Bahia, a cachês de R$ 20, R$ 25 mil, mas que aqui em Socorro estão sendo contratadas por R$ 60 mil. Temos que ver o que está acontecendo. Têm cantores daqui de Socorro mesmo, que costumam tocar em barzinho e casas de Socorro por R$ 500 e foram contratados para Forró Siri por R$ 50 mil. Isso e absurdo. Isso é mangar com a cara do povo, isso é farra com o dinheiro público”, disse o vereador.

Até o momento, segundo Panzuá, seis vereadores já se comprometeram a assinar o documento, faltando apenas uma assinatura para que a CPI seja instaurada. Apesar de faltar pouco para se alcançar o número necessário de assinaturas, Panzuá ressalta que tem enfrentado dificuldades para conseguir apoio na Câmara.

“Enquanto líder da oposição, a gente vem conversando, porque nunca tivemos a quantidade necessária, que é um terço da Câmara, mas hoje nós temos. Agora estamos dialogando, porque não é fácil. Mexer com o prefeito é complicado, porque nem todo mundo tem a coragem que eu tenho, de enfrentar. Não quero aqui dizer o que é e o que não é, mas tem pessoas que se encantam com o poder e ficam com medo de encarar uma CPI. O poder deixa as pessoas com os olhos brilhando. O poder tem essa mágica, principalmente aqui em Socorro, cidade que gera R$ 64 milhões por mês. É um poder de fogo ao qual muita gente não resiste”, disparou Panzuá.

O líder da bancada opositora disse que já levantou provas documentais que comprovam a contratação de artistas por valores acima dos normalmente praticados no mercado.

“Já levantamos as provas, o que, aqui em Socorro, é fácil demais. O maior absurdo é em Socorro, pois, como é que tem um artista local que já tocou para mim por R$ 2 mil, aí quando eu vou ver no Portal da Transparência da Prefeitura, ele foi contratado por R$ 50 mil. Não existe isso! Nada contra o rapaz, mas isso é farra com o dinheiro público. Ele é muito bom, um grande artista. Não estou dizendo que ele não merece receber isso. Eu acho que ele merece até mais, só que ele não recebe esse dinheiro todo pelos shows que apresenta, que costumam custar não mais que R$ 50 mil”, ressaltou o vereador.

Panzuá ainda apresentou uma situação que, para ele, pode ser encarada como um forte indício de que a Prefeitura está fazendo mal-uso do dinheiro público.

“Eu tenho certeza de que tem alguém metendo a mão no dinheiro público. Na abertura do Forró Siri, botaram um abanda para tocar às 19h, sem ter ninguém na praça. Isso é um absurdo. Isso não existe. Um show que custou R$ 70 mil! É dinheiro público”, contou o parlamentar.

Panzuá disse que, além da própria assinatura, já conseguiu que outros vereadores se apalavrassem com ele, se comprometendo a assinarem o requerimento pela instalação da CPI. Dentre eles estão os vereadores: Lalo (Cidadania); Barbozinha (PTB); Thiago de Rui (PL), Geová de Jesus (PTB) e Carlos da Prestação (PCdoB).

O vereador ainda informou que, apesar das dificuldades em se conseguir o apoio necessário à instalação da CPI, que até o meio da semana que vem ele deve conseguir a última assinatura que falta apara encaminhar a realização da CPI.

“Falta só um, que está pensando. Não tenho como falar, se não vai atrapalhar. Ainda estamos dialogando, estamos conversando e, caso eu diga o nome dele antes de estar tudo acertado, ele pode vir a se esquivar. Na hora que vai à público, todo mundo tem medo”, disparou Panzuá.

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