Última atualização em 18/05/2024 por Ítalo Duarte
Após a prisão de cinco dirigentes por tráfico de drogas, a ONG Salvar, que fabrica medicamentos à base de cannabis, denunciou que está sendo impedida de colher a planta, manipular e dispensar os medicamentos. Os produtos são destinados a mais de 1 mil associados, com doenças como fibromialgia, câncer, epilepsia, Alzheimer e Parkinson, além de pessoas com autismo. Um pedido de liberação foi remetido à Justiça nesta terça-feira (14).
A associação tem autorização judicial para realizar o cultivo, a manipulação, o preparo, a produção, o armazenamento, o transporte, a dispensa e a pesquisa da cannabis sativa pra fins exclusivamente medicinais, para pacientes, com laudo e receita médica.
Segundo a vice-presidente técnica da Salvar, Taciany Feitosa, produtos industrializados podem chegar a custar cerca de R$ 1,7 mil e os pacientes não teriam condições financeiras para comprar. Já os fabricados pela ONG, custam de R$ 150 a R$ 300 e 10% da produção é destinada para pacientes cotistas em Sergipe e espalhados pelo Brasil.
“Estamos recebendo muitos depoimentos de pacientes. Não é fácil substituir um produto à base de cannabis da Salvar por outro de outra associação porque é personalizado e o sistema endocanabinóide do paciente já se adaptou com o produto. Por isso eles vem tendo reposta terapêutica e qualidade de vida”, disse.
Entenda
Em abril deste ano, o presidente, engenheiro agrônomo, gerente de cultivo e conselheiro fiscal da ONG foram presos preventivamente durante uma operação da Polícia Civil em Aracaju e em Salgado contra tráfico de drogas. Eles continuavam presos até esta terça-feira. A ONG alegou que os membros investigados são inocentes.
Segundo as investigações, eles teriam se aproveitado da facilidade de acesso e a falta de fiscalização para desviar as plantas produzidas e comercializá-las ilegalmente pelo estado, chegando a cobrar o valor de R$ 30 mil por quilo de droga. O valor arrecadado pela comercialização não foi divulgado pela polícia.
O Departamento de Narcóticos havia informado que a associação em si não era objeto das investigações.
Fonte: G1 SE