Brasil segue como país que mais mata pessoas trans no mundo pelo 17° ano consecutivo


Última atualização em 23/01/2025 por Aclecio Prata

O Brasil registrou, em 2024, 105 assassinatos de pessoas trans, consolidando-se, pelo 17º ano consecutivo, como o país com maior número de mortes dessa população no mundo. Apesar de o número ter diminuído em relação a 2023, quando foram registrados 119 casos, a violência contra pessoas trans ainda apresenta índices alarmantes.

Os dados são do dossiê “Registro Nacional de Mortes de Pessoas Trans no Brasil em 2024: da Expectativa de Morte a um Olhar para a Presença Viva de Estudantes Trans na Educação Básica Brasileira”, elaborado pela Rede Trans Brasil. O documento será lançado oficialmente no próximo dia 29 nas redes sociais da organização e reúne casos divulgados ao longo do ano por meios de comunicação, como internet, redes sociais, jornais e emissoras de televisão.

A Região Nordeste lidera o triste ranking, concentrando 38% das mortes de pessoas trans registradas em 2024. Desde 2022, a região é a que mais contabiliza casos no país. Em seguida, aparecem o Sudeste (33%), o Centro-Oeste (12,6%), o Norte (9,7%) e o Sul (4,9%).

Segundo a Rede Trans Brasil, o dossiê não apenas documenta as mortes, mas também busca lançar um olhar sobre a realidade das pessoas trans que sobrevivem e resistem, especialmente na educação. O estudo destaca a necessidade de políticas públicas efetivas que garantam dignidade, inclusão e proteção à população trans, em especial em contextos marcados por exclusão e vulnerabilidade.

Além de denunciar o alto índice de violência, o documento também faz um apelo por mais ações preventivas e a valorização da vida de pessoas trans no Brasil. O cenário, que revela tanto um ciclo de violência quanto de negligência, evidencia a urgência de um debate mais profundo e de ações concretas que promovam igualdade e segurança para todos.

O lançamento do dossiê será uma oportunidade para discutir e refletir sobre o impacto da violência e as possibilidades de transformação, em um país que, há quase duas décadas, ocupa a lamentável posição de líder mundial em mortes de pessoas trans.

 

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