Linda Brasil aciona Corregedoria da Polícia Civil e Ministério Público contra o delegado André David

No entendimento de Linda, o delegado agiu com transfobia institucional, além de usar um “tom ameaçador” contra as envolvidas na agressão.


Última atualização em 23/01/2024 por Ítalo Duarte

Por SE79

A deputada estadual Linda Brasil (PSOL) entrou com duas representações contra o delegado de polícia civil André David. A assessoria da parlamentar informou que ela acionou a Corregedoria da Polícia Civil e o Ministério Público de Sergipe (MP-SE) para apurar a conduta do delegado nas investigações do caso que envolve três mulheres trans acusadas de agredir um homem no xentro de Aracaju.

No entendimento de Linda, o delegado agiu com transfobia institucional, além de usar um “tom ameaçador” contra as envolvidas na agressão. “Da mesma forma que repudiamos os atos de violência, também não aceitaremos e desde já denuncio a transfobia institucional cometida pelo delegado responsável pela investigação ao ser entrevistado sobre o assunto. Nos causa preocupação o tom de ameaça dirigido às mulheres trans envolvidas nas cenas de agressão, que não é compatível à função de quem está como servidor da lei”, escreveu a deputada.

A parlamentar reforçou que é necessário apurar com rigor tudo o que aconteceu. “A verdade é que a polícia precisa apurar os fatos de maneira imparcial, com respeito aos direitos humanos e, tendo em mente o devido processo legal, buscar a responsabilização a quem couber. É preciso explicar para a sociedade o que ocorreu, de forma séria e sem sensacionalismos. Nosso posicionamento será sempre contrário a todas as formas de violência”, afirmou.

O que diz o delegado

De acordo com o delegado André David, as mulheres trans envolvidas podem ser indiciadas por lesão corporal dolosa. “O crime aconteceu, as imagens são claras, a vítima foi agredida, houve uma subtração, houve um roubo, eu tenho que apurar. Eu estou fazendo o meu papel e o meu papel vai ser esse. Eu combato o crime, eu defendo a sociedade, eu não defendo um nicho específico da sociedade”, disse o delegado.

O delegado disse ainda que não vê transfobia no caso. “Eu sou policial, tenho que prender, independentemente de quem cometeu o crime. Só isso que eu tenho que falar. Inclusive, se um militante for alvo de um crime aqui no centro, ele pode contar com o meu apoio, com o meu trabalho, com o meu profissionalismo, que eu vou pegar esse criminoso. O criminoso que machucar ou lesar ou cometer um crime contra um militante, pode contar com o delegado André David para prender esse criminoso, para prender quem o lesou”, afirmou.

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