Última atualização em 28/04/2023 por Ítalo Duarte
Por Fan FM
Na manhã desta quinta-feira, 13, o quadro Mulheres em Ação, do Jornal da Fan, entrevistou a paratleta de halterofilismo, Camila Feitosa, que contou um pouco sobre si mesma para os ouvintes da Rádio Fan FM e falou da expectativa para representar Sergipe no campeonato nacional de halterofilismo, que acontece em São Paulo, entre os dias 13 e 15 deste mês.
Com 36 anos, 73 centímetros de altura e pesando 21 kg, Camilinha Feitosa, como é conhecida no meio esportivo e nas redes sociais, é portadora de acondroplasia (tipo mais comum de nanismo) e de uma doença ocular degenerativa chamada retinose pigmentar. Para Camilinha, que também é palestrante motivacional, o preconceito e as dificuldades enfrentadas por causa de sua condição não a impediram de ser feliz e vitoriosa.
“Sou a única pessoa com deficiência na minha família. Já sofri discriminação, mas, graças a Deus, isso nunca me afetou por causa do posicionamento da minha mãe, que sempre me falou das dificuldades que eu ia passar ao longo da vida e sempre me mostrou que, se eu desejasse ir um pouco mais além e me destacar naquilo que eu desejasse fazer, eu teria que brigar um pouquinho mais e, de forma positiva, enfrentar o preconceito de cabeça erguida. Também sempre fui bem acolhida pelos amigos e pela família. Minha mãe foi essencial para que eu conseguisse criar uma barreira para que o preconceito não me afetasse”, conta a paratleta.
Garra, determinação e superação são palavras de ordem para Camila, que iniciou no esporte em 2018 e hoje detém o título vice-campeã brasileira e de ‘mulher mais forte do Brasil’, recorde pessoal que alcançou ao levantar 61 kg no supino, pesando apenas 21,1kg, um peso que é praticamente três vezes maior que o dela.
Camilinha que está em São Paulo para disputar o campeonato nacional do esporte, não tem patrocínio e arca com as viagens e custos de competições com o apoio de amigos e familiares. Ela ressalta que tem parcerias que a auxiliam na preparação para os campeonatos, mas que sente falta de um apoio maior, principalmente por parte do poder público.
“Acabei de chegar em São Paulo e tenho prova amanhã, pelo campeonato brasileiro. Infelizmente, não tenho patrocínio. Arco com os custos das competições porque tenho o apoio de algumas pessoas, que de forma individual e por conta própria se disponibilizam a me ajudar de forma direta, ou de forma indireta, compartilhando minhas vaquinhas solidárias. Conto, também, com o apoio fundamental de alguns parceiros: academia, fisioterapia, psicoterapeuta. Mas apoio financeiro, não tenho. Já fui à Secretaria do Esporte e dizem que não há recursos. A resposta que tenho é que vão buscar conseguir algum apoio, mas, até agora, nada”, disse Camilinha.