Última atualização em 27/09/2023 por Ítalo Duarte
Por Fernanda Santiago, SE79
Na última semana, o apresentador Tiago Leifert compartilhou um pouco da sua história e fez um alerta nas redes sociais, chamando a atenção para o retinoblastoma, o tumor ocular mais comum na infância. No relato, ele compartilhou algumas informações sobre a vivência de Lua, sua filha de 2 anos, que em 2021 foi diagnosticada com a doença. O vídeo teve grande repercussão nas redes sociais, contando com mais de 91 milhões de visualizações e mais de 1 milhão de compartilhamentos.
Com uma média de 400 casos por ano no Brasil, como aponta o Ministério da Saúde, este tipo de câncer é mais comum entre bebês e crianças pequenas, até os 5 anos de idade.
A oncologista pediátrica Ana Luísa de Jesus, explica que o retinoblastoma é um tumor que se origina na retina do olho, a parte responsável pela visão, “crianças que têm retinoblastoma tem uma chance grande de perder a visão por conta da doença”, alerta.
Alguns sinais e sintomas podem ser observados, como estrabismo, perda de movimentação do olho, vermelhidão e deformações do globo ocular, porém, o principal sintoma do retinoblastoma é a leucocoria, um reflexo branco conhecido popularmente como “olho de gato”. Este reflexo esbranquiçado pode ser identificado em fotos com flash, onde em crianças saudáveis o comum seria um reflexo vermelho.
O retinoblastoma é o primeiro câncer a ser descrito como uma doença genética, sendo assim, não é possível preveni-lo. Além disso, como explica a oncologista, ele também pode ser também uma doença congênita, onde a criança já nasce com o tumor, por isso, é importante que, ao nascer, a criança seja submetida ao teste do olhinho.
Em Sergipe, é possível realizar o exame pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em algumas maternidades e hospitais. Na capital, por exemplo, o exame está disponível na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes e Santa Isabel, e no interior, nas maternidades de Propriá e Glória.
No caso deste tipo de câncer, Ana Luísa reforça a importância do diagnóstico precoce, ressaltando que ele é essencial, “quando a gente consegue o diagnóstico precoce, a gente tem, por exemplo, a possibilidade de salvar a visão da criança. Se a doença está localizada, é possível fazer um tratamento localizado. Quanto mais disseminada a doença, mais risco há de aquela doença não ser curada”.
Outro alerta que a oncologista pediátrica faz é sobre a importância de levar as crianças anualmente para uma consulta com oftalmologista, onde é possível identificar não só o retinoblastoma, mas também outras possíveis doenças como o glaucoma e a catarata congênita.