Última atualização em 20/07/2023 por Ítalo Duarte
Por Marco Aquino/Reuters
A polícia da capital peruana protegia os principais prédios públicos e vias dentro e fora de Lima nesta quarta-feira (19), enquanto o governo se preparava para protestos organizados por grupos de esquerda e sindicatos que pedem a renúncia da presidente Dina Boluarte.
Segundo a polícia, 24 mil policiais foram mobilizados em todo o país, com 8 mil preparados para proteger a capital de uma chamada “terceira tomada de Lima”. Os organizadores do protesto esperam que milhares de manifestantes comecem a se reunir na cidade nesta quarta.
Os protestos planejados vêm após meses de agitação em que 67 pessoas foram mortas em violentos confrontos e bloqueios após a deposição e prisão em dezembro do presidente Pedro Castillo, antecessor de Boluarte.
“Respeitaremos o direito das pessoas de protestar, mas, se elas se tornarem violentas, faremos uso racional da força para impor autoridade”, disse o chefe da Polícia de Lima, Roger Pérez, à imprensa local.
O porta-voz da Assembleia Nacional dos Povos, Jorge Pizarro, um dos organizadores do protesto, disse que as manifestações serão contundentes, mas pacíficas. “Não buscaremos confronto com a polícia”, acrescentou Pizarro.
As demandas são praticamente as mesmas de antes, disse Pizarro. Os manifestantes pedem a saída de Boluarte, o fechamento do altamente impopular Congresso, que tem maioria de direita, eleições antecipadas e uma nova Constituição.
Boluarte, cuja aprovação pública despencou, está sob investigação preliminar da Procuradoria-Geral do Peru pelos crimes de “genocídio, homicídio qualificado e lesões graves” pelas mortes nos protestos anteriores.
O governo classificou os protestos de ameaça à democracia e estendeu o estado de emergência em partes do país.
Os aeroportos de Lima, Arequipa, Cusco e Puno – onde ocorreram alguns dos confrontos mais violentos nos protestos anteriores – estão restringindo a entrada de pessoas. As aulas presenciais serão uspensas nas escolas de diversas regiões.
O Peru, segundo maior produtor de cobre do mundo, também pode enfrentar interrupções em seu principal corredor de mineração, onde, de acordo com organizações não governamentais (ONGs) da área de meio ambiente, as comunidades apoiarão os protestos.