Operação Anti-desmanche: Polícia Civil faz busca e apreensão em Cristinápolis

Investigados são ligados à Prefeitura Municipal e há suspeita de crimes relacionados a associação criminosa, peculato e fraudes de licitação


Última atualização em 22/09/2023 por Ítalo Duarte

Por SE79,

Nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 21, o Departamento de Crimes contra a Ordem Tributária e Administração Pública da Polícia Civil (Deotap) deflagrou a Operação Anti-desmanche. De acordo com Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), o objetivo é cumprir mandados de busca e apreensão contra nove investigados ligados à Prefeitura Municipal de Cristinápolis, a fim de apurar crimes relacionados a fraudes em licitação, associação criminosa e peculato.

O cumprimento das buscas conta com o apoio de diversas unidades da Polícia Civil. O Instituto de Criminalística (IC) também foi acionado para fazer análises nos equipamentos apreendidos. O Deotap recebeu denúncias de que servidores da administração pública teriam subtraído peças de veículos, como motores e caixas de marcha. E algumas dessas peças eram destinadas à venda clandestina e outras faziam parte de um esquema de desvalorização de veículos da frota pública de maneira intencional para que fossem comercializados em leilões de bens móveis e os mesmos depreciadores dos carros se beneficiavam com a arrematação dos veículos a preços muito baixos nos leilões.

Nas denúncias que chegaram ao Deotap e durante as verificações preliminares da investigação, ficou constatado que a Prefeitura de Cristinápolis firmou contratos de locação de veículos com seis empresas do ramo e chama atenção dos investigadores os altos valores contratados. Com base nas investigações preliminares da Polícia Civil, o Ministério Público solicitou instauração do inquérito policial e, como o prefeito da cidade, Sandro de Jesus Santos, tem foro por prerrogativa de função, o Tribunal de Justiça avaliou o pedido e autorizou imediatamente.

  Fotos: Jorge Henrique / SSP

“Este inquérito inicial teve início no mês de junho do ano passado para apurar denúncias de que a frota do município estava sendo depreciada para que fossem contratadas novos veículos através de licitações ou dispensas de licitações. Há o indicativo de que esses contratos são superfaturados. A príncipio, 15 veículos tinham sido depreciados”, revelou a delegada Thais Lemos.

Verificou-se nas investigações que nos últimos anos houve uma intensa deterioração da frota de veículos de Cristinápolis, com muitos carros sem motor, caixa de marcha e pneus. Na transição de mandato na Prefeitura, os carros estavam em plenas condições de funcionamento. Foram solicitadas por três vezes o relatório de transição do Governo e, após muito tempo, foi enviado documento com informações precárias e parciais.

Há a suspeita de que a Prefeitura de Cristinápolis tenha superfaturado valores de contratos de locação de veículos, com os mesmos modelos sendo contratados em cidades próximas por R$ 9 mil e na cidade de Cristinápolis no valor de R$ 25 mil, a exemplo de um caminhão-pipa.

O levantamento bancário dos investigados mostra uma grande movimentação financeira de valores. Ao menos, foram feitas 285 movimentações financeiras suspeitas entre os investigados. O Deotap contou com o levantamento feito pelo Laboratório de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil de Sergipe para rastrear as informações e o relatório de análise bancária e fiscal está em processamento para subsidiar os investigadores.

Com as buscas e apreensões cumpridas na manhã desta quinta-feira e apreensões de diversos documentos e equipamentos como celulares e computadores, o Deotap irá levantar os indícios suficientes para a conclusão do inquérito policial e responsabilização criminal de gestores públicos de Cristinápolis responsáveis pelos crimes de fraude em licitação, associação criminosa e peculato.

Fonte: SSP/SE

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