Última atualização em 23/10/2024 por Henrique Andrade
A Justiça Federal de Sergipe (JFSE) confirmou, nesta terça-feira (22), que está marcado para o dia 26 de novembro deste ano o Júri Popular dos ex-policiais rodoviários federais acusados de homicídio qualificado e abuso de autoridade durante abordagem que resultou na morte de Genivaldo Santos. Em maio de 2022 ele foi trancado no porta-malas de uma viatura da PRF e submetido à inalação de gás lacrimogêneo na BR-101, no município de Umbaúba.
De acordo com a assessoria de comunicação da JFSE, o julgamento vai acontecer no fórum da Justiça Estadual em Estância (SE), sem interrupção.
William Noia, Kleber Freitas e Paulo Rodolpho, presos desde 14 de outubro de 2022, foram demitidos da PRF após determinação do Ministro da Justiça. Genivaldo morreu após ficar 11 minutos e 27 segundos exposto a gases tóxicos e impedido de sair da viatura da PRF, segundo perícia feita pela PF.
Durante as investigações, os peritos atestaram que a concentração de monóxido de carbono foi pequena. Já a de ácido sulfídrico foi bem maior, e pode ter causado convulsões e incapacidade de respirar.
Segundo a perícia, o esforço físico intenso e o estresse causados pela abordagem policial resultaram numa respiração acelerada de Genivaldo. Isso pode ter potencializado ainda mais os efeitos tóxicos dos gases. A perícia afirmou ainda que os gases causaram um colapso no pulmão da vítima.
Nas imagens da abordagem gravadas por testemunha, a perícia observou que o policial William de Barros Noia aparece pedindo para que Genivaldo colocasse as mãos na cabeça. Genivaldo obedece, mas mesmo assim, recebe um jato de spray de pimenta no rosto.
Segundo os peritos, o policial Kleber Nascimento Freitas jogou spray de pimenta pelo menos cinco vezes em Genivaldo, que alegou que não estava fazendo nada. A ação continuou no chão, quando dois policiais pressionaram o pescoço e o peito de Genivaldo com os joelhos.
Após Genivaldo ser colocado no porta-malas da viatura, o policial Paulo Rodolpho Lima Nascimento jogou uma granada de gás lacrimogêneo no compartimento. Paulo Rodolpho e William seguraram a porta, impedindo que a fumaça se dissipasse mais rapidamente.