Última atualização em 18/05/2024 por Ítalo Duarte
A deputada Amália Barros, que morreu na madrugada deste domingo aos 39 anos, estava em seu primeiro mandato, mas já tinha uma trajetória de luta pelo direito das pessoas monoculares. Ela, que em 2016 precisou fazer uma cirurgia para a retirada do olho esquerdo como consequência de uma infecção de toxoplasmose, dá nome a Lei. 14.126/2021, que reconhece todos na mesma condição como pessoas com deficiência.
Na Câmara, Amália atuou com pautas voltadas para as pessoas com deficiência, como o projeto de lei que estabelece diretrizes para a capacitação básica para professores e colaboradores na educação inclusiva e a criação do Símbolo Nacional de Acessibilidade da Pessoa com Visão Monocular. Ela integrava também as comissões de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, dos Direitos da Mulher e da Educação, entre outras.
Nascia em na cidade de Mogi Mirim, em São Paulo, Amália estudou jornalismo. A luta pela causa da pessoa com deficiência começou após perder a visão do olho esquerdo por conta da toxoplasmose, aos 20 anos. Ela chegou a passar por 15 cirurgias, mas em 2016 precisou remover o olho e passou a usar uma prótese ocular.
A parlamentar escreveu o livro “Se Enxerga!: Transforme desafios em grandes oportunidades para você e outras pessoas”, onde conta todos os desafios enfrentados no processo. Ela também fundou o Instituto Amália Barros, que depois passou a se chamar Instituto Nacional da Pessoa com Visão Monocular, que promove a doações de próteses oculares e lentes esclerais para pessoas com a deficiência.
Amizade Michelle
Amália Barros era companhia constante da ex-pirmeira-dama Michelle Bolsonaro, de quem era amiga. As duas atuavam juntas no PL Mulher, comandado pela mulher do ex-presidente, e que tinha a deputada como vice-presidente. A esposa de Jair Bolsonaro foi uma das maiores apoiadoras de sua campanha à Câmara dos Deputados, em 2022.
Ela foi eleita pelo estado do Mato Grosso, com mais de 70 mil votos, o que equivale a aproximadamente 5% do eleitorado do estado.
Hospitalização
A deputada estava internada no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, desde o dia 1º de maio, quando foi hospitalizada para fazer uma cirurgia para a retirada de um nódulo no pâncreas. O primeiro procedimento cirúrgico foi realizado no dia 2 de maio, com a retirada da massa. Logo após, a deputada precisou passar por uma segunda operação, que foi chamada pelos médicos de “reabordagem cirúrgica”. Desde então, Amália estava internada na UTI em estado grave.
Na noite deste sábado, familiares chegaram a comunicar que ela iria passar por mais uma cirurgia, por conta de complicações no fígado. Horas depois, a morte da parlamentar foi comunicada em suas redes sociais.