Deputada Linda Brasil nega acusações de assédio moral e comunicação violenta feitas por ex-assessora

Brunna Nunes pediu exoneração e escreveu uma carta falando de supostas violências verbais sofridas no ambiente de trabalho.


Última atualização em 07/06/2023 por Ítalo Duarte

Por SE79

A deputada estadual Linda Brasil (PSOL) emitiu nota e falou na tribuna da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) nesta quarta-feira, 7, negando as acusações de assédio moral e comunicação violenta por parte da parlamentar feitas por uma ex-assessora.

Brunna Nunes pediu exoneração do gabinete de Linda no último dia 31 e escreveu uma carta – que acabou vazando nas redes sociais – falando de supostas violências verbais sofridas no ambiente de trabalho.

Ela citou que era obrigada a trabalhar além da carga horária, que o ambiente de trabalho não era acolhedor, que sofreu humilhações no gabinete da deputada e que por vezes gritavam com ela.

“Ela [Linda] se exaltou e falou que, algo tão simples como uma agenda, eu não tinha capacidade de fazer. Prosseguiu em voz alta, indo para cozinha, dizendo ‘a partir de agora eu faço minha própria agenda'”, relatou em trecho da carta.

“Do que adianta eu lutar para mudar um mundo se o ambiente de trabalho não procura melhorar essas faíscas que surgem que são tão dolorosas pra gente, principalmente pra mim, que achei que tinha encontrado um lugar que podia chamar de família”, escreveu.

Na carta, ela ainda revelou que foi vítima de assédio sexual por parte de uma pessoa que foi contratada para o gabinete da deputada. Na nota oficial encaminhada ao SE79, a deputada não cita o caso, porém durante sua fala na sessão da Alese negou que isso tenha acontecido em seu gabinete.

Veja abaixo o comunicado na íntegra.

A deputada Linda Brasil vem a público lamentar o release publicado em alguns sites de notícias com sérias acusações de Brunna Nunes, ex-assessora parlamentar, relatadas em uma carta pessoal.

Linda Brasil a conheceu na época em que uma outra militante e assessora estava tentando ajudá-la com relação ao uso do nome social na faculdade, e depois a apoiou em um contexto muito triste de agravamento de sua saúde mental. Na ocasião, Brunna foi acolhida por Linda e pela militância LGBTQIA+. Em diversos vídeos e palestras, inclusive, Brunna afirma que Linda salvou a sua vida. Brunna apoiou a campanha de Linda à vereadora e, após a vitória eleitoral, foi convidada para participar da mandata. Tudo isso com o objetivo mais sincero e genuíno de ajudar, acolher, dar oportunidade de um emprego formal estruturalmente negado às pessoas trans, e incentivá-la ao crescimento pessoal e profissional.

A mandata representa um projeto inédito em Sergipe, muito importante e amplo de inclusão e de luta por justiça social, composta por mais de 80% de pessoas LGBTQIA+, das quais, atualmente, 12 são pessoas trans. Temos um ambiente de trabalho muito diverso e pautado na construção coletiva onde todas, todos e todes participam da construção política, a partir da dinâmica dos grupos de trabalho.

Apesar de haver insatisfação com o trabalho de Brunna Nunes, com erros recorrentes e reconhecidos por ela na carta, nunca foi cogitada sua demissão. Isso porque o princípio da mandata sempre foi “errar menos e acertar mais”, estimulando a melhoria coletiva e individual de todas, todos e todes que compõem a mandata. Acreditamos na aprendizagem como fator base do processo político, mesmo sabendo dos ataques aos quais estaríamos sujeites por parte de grupos de extrema direita. Nesse sentido, Brunna não foi demitida, ao contrário, ela pediu exoneração na última quarta-feira, dia 31 de maio. Pedido, aliás, que foi recebido por nós com muita surpresa.

Linda lamenta toda essa situação difamatória e constrangedora em que foi envolvida, com acusações sem qualquer materialidade, algumas propositalmente tiradas do contexto da dinâmica do trabalho, e outras simplesmente não verdadeiras.

A deputada se coloca à disposição para elucidação dos fatos, reforçando a defesa dos direitos de todas as trabalhadoras e trabalhadores, e está segura de que questões trabalhistas podem e devem ser resolvidas no âmbito da justiça trabalhista, assim como o questionamento sobre sua conduta política pode e deve ser debatida e encaminhada nas instâncias partidárias.

Enquanto mandata, nos causa consternação o uso político e a instrumentalização política e midiática que esse caso pode ter, cabendo questionar a quem serve toda essa tentativa de ataque à militância LGBTQIA+, ao PSOL, e de destruição da imagem pública da primeira mulher trans eleita a vereadora mais bem votada de Aracaju em 2020, eleita a oitava deputada mais bem votada em todo o estado em 2023, única mulher de oposição ao governo estadual na Assembleia Legislativa, e cotada para ser candidata à Prefeitura de Aracaju em 2024.

Por fim, a deputada Linda Brasil também lamenta que sites de notícias tenham publicado acusações tão sérias sem preenchimento prévio do mais básico rigor jornalístico que são a apuração e o direito ao contraditório.

Mandata Linda Brasil.

 

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