Última atualização em 30/04/2023 por Ítalo Duarte
Na manhã desta segunda-feira, 17, o Jornal da Fan, da Rádio Fan FM, entrevistou o ex-prefeito de Itabaiana e ex-candidato a governador de Sergipe em 2022, Valmir de Francisquinho, que fez declarações reveladoras sobre os bastidores do último processo eleitoral, ocasião em que ele, um bolsonarista convicto, firmou aliança no segundo turno com o senador e, à época, também candidato ao governo estadual, Rogério Carvalho, fato que ganhou notoriedade nacional.
Apesar de ter conquistado 457.922 votos no primeiro turno, Valmir estava inelegível, depois de ter sido condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE), por abuso de poder político e econômico, acusado de ter favorecido a campanha do filho para deputado estadual, quando era prefeito de Itabaiana.
“Todos os meus adversários queriam me deixar fora do páreo, pois sabiam que nós ganharíamos no primeiro turno. Eu não quero me aprofundar, mas todo mundo sabe os motivos de tudo isso ter acontecido. Foi para me tirar do processo e não deixar Valmir ser governador do Estado. Isso é fato”, disse Valmir, atribuindo sua inelegibilidade a um esforço coordenado de seus adversários políticos.
Valmir, então, revelou a motivação da inusitada aliança com o senador petista, Rogério Carvalho. “No segundo turno, eu não tinha opção: para ficar elegível, eu tinha que declarar apoio à ‘A’ ou a ‘B’. Não tinha alternativa. Escolhi a menos traumática para mim, aqui na região do Agreste. Eu já estava fora, só poderia ser candidato em 2028 e aí, para me livrar, declarei apoio a Rogério, mas foi uma declaração para aquele momento. Não tenho entendimento político de continuidade em fazer política com Rogério, nem com ninguém. Vou continuar fazendo política com o nosso agrupamento”, declarou Valmir.
Em seguida, ao ser perguntado novamente sobre a questão, de forma direta, se Rogério lhe prometeu que, em troca do apoio dele no segundo turno, iria interferir no resultado do processo de inelegibilidade que corria na Justiça Eleitoral, Valmir, pisando em ovos, disse o seguinte: “A gente pode falar muito pouco. Quando a gente mexe com situações que não podem ser ditas, a gente paga um preço muito alto. Eu tenho, então, que pagar o preço alto e manter o meu silêncio. Já foi feito, mas eu não tenho interesse político de manter essa aliança do segundo turno”, revelou o ex-prefeito.
Gestão Mitidieri
Foi perguntado a Valmir qual a avaliação dele sobre as ações dos primeiros 100 dias do governo de Fábio Mitidieri, ao que Valmir respondeu: “A gestão de Fábio está começando. Em 100 dias é humanamente impossível fazer qualquer diagnóstico. É um governo grande, 100 dias é muito pouco, mas, inicialmente, acho que ele está caminhando correto, viu. Foi o terceiro colocado, mas é o governador do estado. Todo mundo sabe os motivos e a gente precisa respeitar e eu sou muito democrático e respeito. Vamos aguardar, mas acho que ele está num bom caminho, inicialmente”, opinou Valmir.